domingo, 8 de dezembro de 2013

"Eles me buscavam na escola", diz garota vítima de exploração sexual"


LUCAS REIS
DE MANAUS

A rotina da estudante Giovana (nome fictício) mudou radicalmente aos 14 anos.
De família pobre, da periferia de Manaus, ela foi tomada pela curiosidade ao ver uma amiga rodeada de presentes, dinheiro e carros.
Quadrilha de exploração sexual orientava adolescentes sobre roupas e truques
Em pouco tempo, passou até a cabular aula para entrar na rede de exploração sexual.
Não demorou e passou a fazer de seis a sete programas por dia. E ela ainda nem havia completado 15 anos.
"Emendava um programa no outro. Não parava. Ganhávamos dinheiro muito fácil. Mas, como diz o ditado, tudo que vem fácil vai fácil", disse à Folha a adolescente, hoje com 17 anos e, segundo ela, longe dos encontros sexuais.
Há um ano, a rede de exploração sexual da qual Giovana fazia parte foi desbaratada pela polícia em Manaus.
Agora, a Folha teve acesso a detalhes das investigações sobre a forma de atuação do esquema que servia a grupos de empresários e políticos do Amazonas e que recrutava garotas pobres, com idades a partir de 12 anos.
O Ministério Público ofereceu denúncia. A Justiça ainda analisa se abrirá processo.
O caso está sob sigilo no Tribunal de Justiça do Amazonas. Um cônsul, um prefeito e um deputado estadual estão entre os suspeitos de fazer parte do esquema.
"Às vezes no meio da aula eles [agenciadores] me avisavam sobre algum programa por mensagem de celular, então me buscavam na escola e me levavam até o local do encontro. Depois, me levavam de volta pra escola ou pra casa", disse a menina.
Editoria de Arte/Folhapress

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