Comissão de Ética pede explicações a Cardozo por conduta no caso Siemens
TAI NALON
DE BRASÍLIA (Folha de São Pailo)
DE BRASÍLIA (Folha de São Pailo)
Trata-se de um procedimento preliminar adotado pelo colegiado, que deu um prazo de dez dias para que o ministro apresente suas justificativas. A depender do que Cardozo dirá, a Comissão de Ética poderá abrir processo para, aí sim, investigar a condução do caso.
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Cardozo é acusado por líderes do PSDB de fazer uso político das investigações sobre os desvios no metrô paulista para ofuscar os desdobramentos das prisões do mensalão.
O ministro declarou ter repassado à Polícia Federal documentos que mencionam pagamento de propina pela Siemens, uma das empresas participantes do cartel, a autoridades tucanas. O petista disse também que mandou investigar acusações que chegaram às suas mãos, diferentemente do que, segundo ele, o PSDB fazia em sua gestão.
Pedro Ladeira/Folhapress | ||
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, escuta as colocações do deputado José Aníbal (PSDB-SP), em audiência pública |
Os integrantes da comissão se reúnem ainda na tarde desta segunda para dar continuidade aos trabalhos. É a última reunião do colegiado no ano.
ACUSAÇÃO CONTRA TUCANOS
As acusações contra políticos tucanos vieram a público após a divulgação de um suposto depoimento do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer que apontava a "existência de um forte esquema de corrupção no Estado de São Paulo durante os governos [Mário] Covas, [Geraldo] Alckmin e [José] Serra, e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM".
Rheinheimer negou posteriormente ser o autor da denúncia. O depoimento diz que Aparecido recebeu propina do lobista Arthur Teixeira, acusado de intermediar o pagamento de comissões de empresas que atuam no mercado de trens. São citados como próximos do lobista mais três secretários de Alckmin: Anibal, Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico), do DEM. Aloysio Nunes (PSDB-SP) também era mencionado como pessoa próxima a Arthur.
Embora dois delegados da Polícia Federal que participam das investigações tenham afirmado que receberam essas acusações do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o ministro da Justiça afirmou depois que recebeu o depoimento das mãos do secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo, o também petista Simão Pedro.
A versão visa preservar o Cade, segundo a Folha apurou. O órgão responsável pela defesa da concorrência, que investiga o cartel no mercado de trens denunciado pela Siemens, tem como presidente Vinicius Carvalho, que foi chefe de gabinete de Simão Pedro e que escondeu essa informação do seu currículo
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